Antropologia do Consumo
Antropologia do Consumo
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
loading
VOLTAR

Forjada no fogo da culinária que transforma misturas improváveis em grandes epifanias

Forjada no fogo da culinária que transforma misturas improváveis em grandes epifanias
Vanessa Canedo
jul. 19 - 2 min de leitura
000

 

Degustar a história do documentário sobre Oaxaca, no México, da série “Street Food” é se envolver em uma narrativa constantemente pontuada pelo aroma da coragem de mulheres que mantém uma tradição para além delas, mas de uma resistência feminina que perdura há séculos.

A história das "memelas" e "águas saborizadas" conta sobre uma ideia de família forte e a importância da tradição repassada de pais para filhos, circundada pelo fogo, dificuldades e a reinvenção muitas vezes causada por eventos como êxodo rural, o falecimento de um patriarca ou a decisão de ousar ser quem se é, para além de qualquer carimbo de feminista.

E a comida é um personagem importante para entender essas trajetórias já que na América Latina a família e a comida possuem um signo de aconchego quase mágico.

De Frida Kahlo com seu livro da ‘Erva Santa” e seu pacto por dias emprestados com a senhora de todo sopro de vida, a Isabel Allende e seu livro Afrodite de crônicas e receitas capazes de despertar desejos, mas sem esquecer a canja de galinha muito usada por mim para curar gripes e resfriados.

Esse encontro produziu em mim, uma antropóloga da metrópole brasileira, um sopro de esperança e a ideia de fazer parte de um seleto grupo de mulheres que conseguem se reinventar e tudo a sua volta, inclusive os signos que são utilizados muitas vezes para oprimir, como a cozinha.

Nesta história a comida é transformação não só de condimentos, mas também de corpos que se esperava dóceis e, principalmente, de destinos.  

A culinária é a sustentação daquelas mulheres e o alimento de coragem para vários espectadores incluindo a mim.  


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você