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A comunicação é sempre um caminho, o intuito é levar o leitor para um lugar específico, no texto ela nos leva através de um relato detalhado, cheio de conotações simbólicas e palavras que criam sensações específicas - Surpresa, repulsa, confusão -...

Trilhar um caminho como leitor é uma espécie de saga solitária. Cada um que lê percebe o texto de um jeito diferente. O escritor, comunicador, emissor dá sugestões, opera na parte do tom, mas o caminho é trilhado por cada um, a partir da sua própria história, cultura e identidade.

Tudo que li me levou a um lugar, o relato foi uma porta para entender que nem tudo que percebemos é real. Eu não tinha compreendido que o texto era sobre o “homem americano” sobre nossa própria cultura, sobre todos nós. Durante toda a descrição busquei pontos de contato entre o escrito e o real, entre a nossa cultura e a deles, como opostos que acreditei que o texto tentava me levar a ver. Mas não eram opostos, eram iguais, e isso me espantou.

Estamos imersos em uma miopia sobre nós e o outro que não nos deixa ver além.

Nosso olhar sobre o outro é cheio de nós mesmos, e como sempre nos colocamos no centro, no verdadeiro, no ideal, o “outro” fica à mercê da segunda categoria. O texto é cheio de simbolismo, expressões e uma forma de comunicação que nos leva a crer que somos opostos. “ele nos confunde para nos esclarecer”. E consegue com maestria, porque nós somos o outro em diferentes versões, etapas e momentos. Por mais que sejamos nós mesmo a nos analisar, sempre será uma pequena versão de nós mesmos.

Nem tudo é o que parece. Cada ângulo, cada olhar muda o texto.

Nem toda frase é o que diz ser. Comunicação é uma forma de abordagem que também se confunde com o comunicador.

Não conclui de forma rápida que os Nacirema eram o povo Americano. O texto é uma porta que escancara a nossa realidade. Julgamos o outro sem olhar para nós. A experiência de olhar sem enxergar foi o que mais me saltou aos olhos.

Estávamos transcritos durante todo o relato e mesmo assim não nos enxergamos. Fica a dúvida, como podemos olhar o outro se somos “míopes”?

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