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Uma das épocas mais agitadas para o varejo brasileiro é o final de ano. Além da chegada das festas de Natal e Ano Novo, datas como a Black Friday e o 11/11 se tornaram verdadeiros eventos para os consumidores, não só pelas promoções, como também por causa das lives com shows, conteúdo de influenciadores e experiências especiais em pontos de venda, que evidenciam o aspecto de entretenimento desse consumo.

É um período longo de briga por atenção, principalmente por causa da disseminação dos chamados “esquenta da Black Friday”. Ou seja, em vez de serem um ou dois dias de ofertas, são meses inteiros com promoções especiais pipocando aqui e ali. E, se você quer pegar o melhor preço, precisa ficar atento não só aos sites do seu varejista favorito, como também a cupons, redes sociais, ferramentas de cashback, apps de carteira digital e vantagens da sua bandeira de cartão de crédito.

Em meio a essa euforia de consumo, muitas vezes o consumidor se vê em uma encruzilhada na hora de tomar as suas decisões de compra. Ir direto naquilo que ele “precisa”, ou se deixar levar por um desejo momentâneo diante de uma oferta agressiva? E que tal aproveitar que aquela brusinha (que fica linda no influenciador) está com desconto? Pegar uma oferta instantânea ou esperar para ver se o preço abaixa mais? Ficar dentro do orçamento ou se permitir um agrado?

Muitas vezes, uma pessoa passa meses namorando um produto de alto valor em antecipação à promoção de final de ano, como um celular, um videogame ou um eletrodoméstico. E, mesmo que a oferta não esteja a melhor, ela vai comprar aquilo durante a Black Friday porque aquele desejo ficou represado tanto tempo. Na maioria das vezes, vão pro carrinho também outras coisas que passariam longe da lista de compras planejadas.

Não é à toa que, também nessa época, surgem diversas matérias de jornal e posts de influenciadores de finanças sobre como evitar perder o controle do que entra no carrinho. Desde diminuir o próprio limite do cartão de crédito até criar listas e comparar preços, há muitas formas de tentar controlar os impulsos e desejos de consumo. Pra quem não toma as rédeas de si mesmo, as consequências podem incluir, além do endividamento, uma ressaca moral.

O consumo durante a Black Friday é um grande evento cultural, reforçado tanto pela mídia quanto pelas marcas. E não participar nesse ritual é algo capaz de gerar um medo de ficar de fora (também conhecido como FOMO). Afinal, tudo aponta pra que essa seja uma época de oportunidades únicas para elevar seu estilo de vida a outro nível.

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Medo e delírio na Black Friday

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