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A série “Histórias para Vestir” (Worm Stories), disponível na Netflix apresenta histórias de pessoas reais com suas peças de roupas mais significativas. No primeiro episódio, “Comunidade”, as histórias e os personagens que escolhi tem uma relação diferente com as roupas e achei interessante para o desafio de sentir estranhamento.

No Resort Cypress Cove, em Kissimme na Flórida, existe uma comunidade nudista na qual vivem os personagens observados aqui: o casal de idosos Diane e Paul e suas sandálias e Niecey e suas blusas transparentes.

O casal Diane e Paul se conheceu em Wiscousin onde ele era fazendeiro e usava roupas de neve por causa da temperatura de 40° negativo. E Diane trabalhava numa loja de departamentos, não se aceitava como era e sempre teve dificuldade com suas roupas, com seios grandes, precisava usar sutiãs de alta sustentação. Os dois encontraram no acampamento nudista a solução para se livrarem do desconforto das roupas e viverem a liberdade de serem aceitos como são.

Eles possuem um closet com roupas que usam aos domingos para ir à igreja. Para as outras atividades como aulas de dança, jogar tênis, ir a restaurantes ou cortar madeira na sua marcenaria, onde manipulam máquinas de corte, não usam roupas. Os únicos itens de vestuário que são indispensáveis são as sandálias, papetes para ela e Crocs para ele.

Niecey é uma mulher de 27 anos, modelo e instrutora de ioga que usa a transparência das roupas para provocar e causar impacto sem abrir mão do estilo. Para ela o nudismo é se libertar não só das roupas, mas também das expectativas e restrições.

Tanto o casal quanto a mulher, ficaram sem roupa na frente das câmeras sentados em seus sofás como se estivessem conversando com amigos.

Longe de ser uma comunidade caracterizada pela promiscuidade e pelo exibicionismo, Cypress Cove Resort virou um refúgio daqueles que abandonaram a roupa que seria usada para cobrir o corpo como proteção do frio; modificar o corpo apertando, modelando e escondendo cicatrizes, sobrepeso, imperfeições ou algo usado para cumprir regras de vestimenta, etiquetas e modismos diante da sociedade à qual não se sentem pertencentes.

Ficou claro que para essas pessoas existe um desconforto em usar roupas. Elas precisam tirar suas roupas para se sentirem aceitas e serem como são peladas, sem máscaras. A sensação de liberdade e de estar em família prevalecem. Por mais estranho e desconfortável que esse modo de vida possa parecer, existe um local onde se vive assim.

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