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Diante da proposta de expor uma situação pessoal que envolveu a dualidade entre equilibrar meu impulso individual com o que é \"o mais correto a ser feito\" de acordo com as normas sociais, meu primeiro pensamento foi a vida escolar. Foi nesse período que aprendi a performar alguns códigos de convivência e a seguir (ou engolir) a moralidade social.

Foram anos frequentando aulas que nem sempre me interessavam, competindo com os outros alunos para ver quem sabia mais (ou se saía melhor no improviso), sendo avaliada de forma sistemática e deixando de lado o desenvolvimento de outros tipos de habilidades que tanto me identificava.

Eu participava de algumas aulas me esforçando para decorar o que era pedido, por ser imposto a mim. Quando na realidade, ansiava que acabassem logo para que eu pudesse assistir às que eu realmente gostava. Não que eu não faria as matérias que considerava chatas, eu sabia e sei ainda hoje o quanto são importantes, mas sei lá, sinto que a grade de ensino poderia ser mais balanceada e diversa em conteúdo. Por que tínhamos 8 aulas semanais de matemática e só duas de artes? Eu amo música e nunca tive oportunidade de estudar na escola. O sentimento por muitas vezes foi de: se eu pudesse escolher, com certeza faria mais aulas disso do que daquilo.

Fora o modelo de ensino que não permitia ajustes ou mudanças. Você estuda o que te falam e é avaliado por aspectos e formas específicas (nem sempre justas). Quem não frequenta a escola de forma padrão, tirando boas notas e indo bem nos métodos de avaliação impostos como corretos, não é considerado inteligente. O aprendizado a longo prazo e em ofícios que fogem desse tipo de norma não são considerados tão interessantes ou necessários. Inclusive, professores que tentavam outros métodos de ensino e avaliação também eram vistos como ruins, e os que abusavam da carga mental e pscológica, causando ansiedade ou desmotivação na maioria dos alunos, era ok, era o padrão.

E ao mesmo tempo que você precisa ser igual a todos até o ensino médio, estar dentro da normalidade, assim que se forma na escola é obrigado a saber que tipo de profissão quer desempenhar. Precisa se destacar e ser bom no que faz, mesmo que nunca tenha tido a oportunidade de explorar suas habilidades individuais sem ser taxado como negligente com a escola.

Anos performando a boa aluna e lidando com os impasses e questionamentos pessoais da maneira que era possível. A camuflagem dentro do normal se torna mais confortável, mesmo que frustrante. Prego que se destaca, leva martelada.

Photo by Matteo Badini on Unsplash

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Photo by Matteo Badini on Unsplash

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