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Redescobrindo os Nacirema

Redescobrindo os Nacirema
Daniela Guerrato
out. 28 - 2 min de leitura
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Em 1956 o antropólogo Americano Horace Miner compartilhou com o mundo suas observações sobre a cultura exótica dos Nacirema. Desde então 64 anos se passaram, mas não encontrei estudos recentes sobre este povo. A pergunta que não saía da minha cabeça era: como estāo os Nacirema em 2020? Como o tempo, a globalização e o contato com outras tribos mudou o comportamento deste povo? Peguei meu caderno de notas, coloquei meu chapéu de antropóloga e fui a campo investigar.

A primeira surpresa que me deparei ao observar os Nacirema modernos foram as mudanças nos rituais religiosos. Os Nacirema de 2020 carregam por todo canto pequenos totens mágicos retangulares. Eles passam horas do dia em oração concentrados olhando para a luz de seus totens. O ritual de oração envolve acariciar o estranho objeto em silêncio por horas a fio. Os nativos afirmam que o totem serve para realizar todo tipo de milagre: de encontrar novos parceiros sexuais a adivinhar se amanhã fará sol ou chuva. Os mais jovens realizam repetitivas performances de dança na frente do totem para adquirir popularidade entre seus pares em um ritual chamado KOTKIT.

Embora os Nacirema da atualidade tenham contato frequente com outras civilizações mais avançadas e seus jovens tenham amplo acesso a escolaridade eles negam toda forma de ciência.

Mesmo diante de diversas evidências os Nacirema preferem ainda acreditar em mitos como a terra plana. Os Nacirema do sul do continente possuem crenças ainda mais curiosas. Alguns destes acreditam que líderes tribais revolucionários possam pregar a doutrina da estrela vermelha através da distribuição de mamadeiras de formato fálico entre crianças em idade escolar.

2020 tem sido um ano trágico para os Nacirema. Uma praga misteriosa chamada DIVOC 91 abalou a sociedade. Os sábios pajés e curandeiros da tribo recomendavam distanciamento social e o uso de proteções faciais para conter o avanço da doença, mas a maior parte dos Nacirema preferiram ignorar todas as recomendações arriscando a extinção em massa por nāo acreditarem no perigo da doença. Sāo mesmo estranhos estes Naciremas.


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