Nesta aula vimos o conceito de gosto. Apoiados pelo antropólogo e sociólogo Pierre Bourdieu, vimos como essas nossas preferências são construídas culturalmente e como somos impelidos pela sociedade a gostar de determinadas coisas em detrimento de outras.
Para Bourdieu a vida é uma guerra e as armas que temos nessa batalha são nossos capitais (social, econômico e cultural) que vamos acumulando com o tempo. Esse conjunto de capitais que temos formam o habitus e isso permite uma performance (com vantagens ou desvantagens) nos campos da sociedade (ou nas batalhas da vida, seguindo a mesma alusão de Bourdieu).
Segundo o autor, "o gosto classifica aquele que procede à classificação" e, na medida em que o indivíduo apresenta que gosta ou não gosta de determinadas coisas, sua posição na hierarquia social e seu habitus vai sendo revelado.
Na aula vimos dois conceitos de gosto trazidos por Bourdieu: da necessidade e da liberdade (ou luxo). O primeiro é mais presente nos grupos populares da sociedade e trata-se de uma camada mais essencial sobre os elementos como substância, quantidade e utilidade. O segundo é tipicamente presente nas elites da sociedade, onde os objetos vão além da necessidade, abordando questões como estética, sofisticação e conforto.
Pensando em um exemplo para esses conceitos, podemos olhar o consumo de roupas. Um grupo com menos condições busca satisfazer a primeira necessidade que é a de ter a posse de uma blusa e, se possível, que lhe propicie conforto. Já os grupos de elite buscam uma blusa de marca e original que esteja na moda, pois já passaram pela fase da necessidade e ela já está atendida.
Dessa forma vemos que o consumo de bens, educação, vestimentas, alimentos e objetos, assim como seus gostos, estão ligados aos capitais do indivíduo e, portanto, reproduzem e refletem a estrutura de classe na sociedade.

