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Amor e Sexo na Índia

Amor e Sexo na Índia
Iara Ferreira Rodrigues
jul. 19 - 4 min de leitura
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Délhi é a capital da Índia e conta com mais de 18 milhões de habitantes. A cidade atrai pessoas que buscam estudar e encontrar emprego. A religiosidade é um aspecto importante na cultura indiana e estabelece hábitos como o casamento arranjado. 

Para entender mais sobre o atual cenário da sexualidade em Délhi, Cristiane Amanpour aborda pessoas nas ruas da cidade. Ao questionar sobre jovens que querem escolher com quem casar, um dos entrevistados (homem que teve seu casamento arranjado) comenta que arranjado é melhor, pois por amor não dura muito, embora no mesmo momento, seu filho afirme que seu casamento foi por amor com uma pessoa da mesma religião. Um homem jovem comenta que intimidade normal, definida por ele como beijar, abraçar ou segurar a mão é bom, mas exagero como o sexo, vai contra os anseios dos pais. 

Se relacionar com pessoa de religião e sexo diferentes antes do casamento são comportamentos consideramos imorais. Segundo Sandhya Mulchandani, uma jornalista de Délhi que virou escritora, intimidade não é o foco dos indianos. É um conceito moderno para os jovens e que está evoluindo com o tempo. Mulheres que usaram sári a vida inteira, começam a usar calça, procuram seu parceiro e suas próprias carreiras, dançam, cantam e fumam. Para Mulchandani, essas mulheres são uma aspiração. Amanpour notou alguns cartazes nas ruas com a expressão "Eve teasing é um crime" e perguntou para Mulchandani o que significava. Segunda ela, homens jovens achavam divertido provocar mulheres, inspirados pelo cinema indiano onde o herói sempre provocava a garota. No entanto, as mulheres têm medo e não querem confrontar os homens, o que acaba resultando em assédio. De fato, a Índia enfrenta uma série de casos de violência sexual e Délhi foi considerada a quarta cidade mais perigosa do mundo para as mulheres.

Para entender os desafios enfrentados pelas mulheres, Amanpour entrevistou algumas mulheres de um clube de motoqueiras conhecido como "Delhi Bikerni" que cruzam as ruas da cidade juntas. Segundo uma das entrevistadas, de forma geral as mulheres são ensinadas sobre diversas proibições desde a infância e fazer parte daquele grupo de motoqueiras quebra as regras da cultura indiana. Relata que começou a pilotar por não aceitar mais os assédios que sofria na estação de ônibus. Desde então, não utiliza mais transporte público. Os assédios acontecem com qualquer idade, inclusive com menores.

Em um próximo momento, Amanpour conversa com duas jovens indianas que, de acordo com elas, são liberais, privilegiadas e a principal preocupação de seus pais eram os estudos. São mulheres ativas sexualmente e procuram parceiros através do Tinder, uma plataforma de localização de pessoas para relacionamento online utilizado no mundo inteiro. Segundo uma das entrevistadas, o Tinder é grande na cidade, chegou com força total e começou na camada de cima, descendo para todo mundo. O país não entende o conceito de encontro, por isso o foi necessário explicar o significado de convidar alguém para sair no aplicativo. Quando questionadas como os homens se sentem, uma delas relata que os homens odeiam porque é um dos únicos espaços na Índia em que a mulher tem mais poder. Como comportamento de uso da plataforma, uma mulher não pode divulgar publicamente que está disponível e é ativa sexualmente pois a sociedade as rotula como não sendo pura (virgem).

A educação sexual não é assunto abordado no país. O jeito mais popular de aprender sobre sexo é a pornografia de massa, na qual a mulher é subjugada. Este comportamento está na essência de como as escolas ensinam masculinidade e de como os pais ensinam meninos a se comportarem. 

No decorrer do episódio, Amanpour conversa com diferentes grupos sociais que constituem a sociedade para investigar as diferentes formas de comportamento na cultura indiana: um casal juntos há 62 anos que tiveram casamento arranjado, outro que se casou por amor, a comunidade Hijra, pessoas biologicamente masculinos, mas se veem como femininos ou com gênero indefinido, um grupo dedicado ao estilo de vida BDSM chamado Coletivo Kinky e Sunny Leone, nascida no Canadá, criada nos EUA,  e que trabalhou em filmes adultos.


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