Muitas razões podem ser dadas para explicar porque, para muitos, Kurt Cobain foi e ainda é a maior voz de uma geração, e porque o Nirvana é uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.
Influenciando como os jovens se vestiam, andavam e arrumavam seus cabelos na década de 90, talvez o maior legado de Kurt Cobain tenha sido dar esperanças àqueles que não possuem o virtuosismo e nem a disciplina para aprender a tocar um instrumento: o "aprenda a não tocar" sua guitarra e "teoria musical é uma perda de tempo" eram frases que usava com frequência.
Quando o album "Nevermind" explodiu em 1991, os jovens ficaram enlouquecidos ao observarem a técnica, ou falta dela, daquele roqueiro: a forma como ele tocava a guitarra, com poucos acordes e movimentos simples, deu a todos a esperança de aprender alguns riffs das músicas mais populares do momento em uma tarde.
Pronto. De repente todos podiam fazer música, ao contrário do movimento do heavy metal anterior, dos anos 80, com a guitarra de Eddie Van Halen super rápida, virtuosa, impossível para muitos aprender.
Com letras potentes, mas acordes simples de serem executados, Kurt democratizou a técnica de tocar a guitarra, exatamente porque ele não tinha técnica. E isso é influente até hoje. A forma auto ditada de como ele aprendeu a tocar, mostrou e mostra a todos que fazer música pode ser acessível até para aqueles que não possuem nenhum talento.
Por isso, alguns dizem que o Nirvana e o Kurt Cobain são um dos maiores ícones do rock and roll até hoje. Não só por terem sido um movimento de vanguarda importante, coisa que outras bandas já haviam feito antes, em outras décadas, mas sim porque transmitiram, de forma espontânea, uma técnica potente de democratização do "fazer música".